(Sérgio Almeida): Em 2007 a empresa em que trabalhava ofereceu a alguns quadros a possibilidade de fazer uma formação em Coaching. A partir daí fiz várias certificações, até à data. O objetivo inicial foi sempre o de alimentar o meu desenvolvimento pessoal e profissional.
(DD): O que é o Coaching?
(SA): O Coaching baseia-se numa relação profissional entre um Coach (profissional do Coaching) e o Coachee (cliente), tendo por base a vontade de mudança deste último. Neste processo o cliente vai “aprendendo/fazendo”, definindo com o apoio do seu Coach a melhor estratégia para atingir determinado objetivo pessoal ou profissional. Os princípios básicos assentam numa vontade do cliente atingir as suas metas, objetivos, assumir a mudança na sua vida e a responsabilidade pelos seus resultados.
(DD): O que diferencia um chefe de um líder?
(SA): O chefe está muito focado na tarefa, é sobretudo diretivo, sente-se ainda o responsável pelos resultados da sua equipa, vive muito virado para o seu umbigo, acredita que “sem ele a empresa para”, procura muitas das vezes liderar através do medo, no fundo assume-se a celebridade junto da equipa. Normalmente este comportamento gera grande desgaste emocional, fazendo com que as equipas fiquem muito abaixo daquilo que realmente podem dar às empresas. Um líder é sobretudo alguém inspirador. É alguém que procuramos para partilhar, que lidera pelo exemplo, que une as equipas à volta de um objetivo comum, compreendendo cada indivíduo como único e parte do todo. A Liderança pode ser treinada e melhorada quando temos realmente vontade em evoluir, acreditamos nos valores humanistas e sobretudo respeitamos as pessoas. Muitas das vezes confundimos a Gestão com a Liderança… no primeiro caso deveremos focar-nos nos processos e no segundo caso nas pessoas. Já ouviu dizer ”é muito difícil gerir pessoas”? Pois digo que seria mais fácil liderá-las…
(DD): As empresas não precisam, realmente, dos chefes, como já afirmou numa entrevista recente?
(SA): O chefe nesta perspetiva de “dividir para reinar” está certamente fora de validade… Com a velocidade e instabilidade que vivemos no dia a dia será que precisamos de “chicote” dentro das empresas? É cansativo para o chefe e para o colaborador. O efeito “polícia” na empresa, alguém que controla, vigia, aponta o erro, desvaloriza as soluções e tudo o que é positivo, mais cedo ou mais tarde irá desaparecer.
(DD): Que empresas ou pessoas precisam de Coaching?
(SA): O Coaching é uma excelente ferramenta para todos os que querem evoluir, atingir objetivos, crescer, desenvolver o autoconhecimento. Sempre numa perspetiva de “trabalhar dentro para ter resulta- dos fora”.
(DD): A liderança será mais importante ou mais difícil numa Pequena Média Empresa?
(SA): Numa PME tal como numa grande empresa, o Líder terá sempre o grande desafio de conseguir o equilíbrio, só assim poderá estar em forma para melhor servir a empresa e as pessoas.
(DD): Considera que as PME’s arouquenses necessitam deste serviço de Coaching?
(SA): Todas as empresas que pretendam evoluir duma forma mais rápida e sustentada podem utilizar o Coaching, as nossas empresas não são exceção.
(DD): No interior de Portugal, a posição de líder é semelhante ao resto do país?
(SA): Um Líder é sempre um Líder, esteja em Arouca, Bragança, Lisboa ou Faro. O tecido empresarial em Portugal é composto por muitas empresas familiares, aqui está também o futuro destas organizações: a sucessão dos Líderes.
(DD): O que é mais prejudicial para uma empresa: um chefe que não promove a liderança ou um quadro técnico que não está motivado?
(SA): Cada um deve assumir o seu papel, os dois têm responsabilidades: o chefe deve promover a liderança, a motivação dos seus colaboradores e o quadro técnico deverá também assumir a sua auto motivação e profissionalismo, fazendo a sua parte.
(DD): Como é que o Coaching pode ser utilizado para benefício das empresas, nomeadamente na gestão de recursos humanos e comunicação interna?
(SA): O Coaching assume um papel fundamental nas empresas que queiram promover a responsabilização junto dos seus colaboradores, a atitude positiva, a evolução. No fundo, implementar uma “cultura de soluções” e não de problemas, aproximando as pessoas, criando uma visão mais correta “do outro”. A comunicação interna sai claramente a ganhar.
(DD): E quais são as vantagens ou benefícios do processo de Coaching para o desenvolvimento pessoal?
(SA): Desenvolver o autoconhecimento, autoconfiança, capacidade de comunicar de forma mais positiva, aprofundar a escuta ativa, trabalhar o equilíbrio pessoal e profissional, entre outras.
(DD): Como se consegue alterar hábitos laborais que já estão enraizados, quer da parte de quem manda, quer da parte de quem trabalha?
(SA): Com muita vontade de mudar, acre- ditando que podemos criar o nosso próprio sucesso. No fundo não deixando que o nosso passado seja o nosso futuro.
(DD): Que tipo de atividades deverão ser realizadas numa empresa para fomentar o espírito de equipa?
(SA): Existem coisas muito simples a realizar nas empresas, alinhadas com os princípios do Coaching: promover a escuta ativa, uma cultura de perguntas e genuíno interesse na opinião do outro. Existem ainda várias atividades de Team-building que podem ser desenvolvidas, através da própria empresa ou contratando especialistas.
(DD): Quanto tempo demora até o Coaching produzir efeitos?
(SA): É variável, mas normalmente um processo de Coaching pode durar entre seis meses a um ano.
(DD): Atualmente é diretor da Powercoaching. O que é e quando surgiu esta empresa no mercado?
(SA): A Powercoaching é uma a empresa especialista em Coaching, Liderança, Comunicação e Vendas. Surgiu em 2010, fruto da necessidade que senti no mercado por uma abordagem focada nas empresas em que o grande objetivo é trabalhar com os nossos clientes na procura da excelência e da performance.
(DD): Que produtos ou serviços disponibiliza a empresa que dirige?
(SA): Todo o nosso projeto passa por apoiar o desenvolvimento das pessoas e equipas, trabalhando competências transversais e comportamentais. O foco está na Liderança, Comunicação e Vendas. O Coaching é a ferramenta que utilizamos, tendo já uma metodologia própria desenvolvida e com excelentes resultados.
(DD): Sente que agora o Coaching ou os seus princípios estão «na moda»?
(SA): Sinto que mais do que uma moda, é uma necessidade deste mundo global, em que todos temos de decidir mais rápido, melhor e cada vez com menos recursos.
(DD): Prevê que seja um fenómeno temporário ou acha que chegou para ficar?
(SA): Na Europa, 70 por cento dos profissionais de Coaching estão na Alemanha e Inglaterra, dois países desenvolvidos e que marcam as tendências económicas e não só. Acredito que em Portugal, a exemplo da Europa, veio para ficar!
(DD): Qual é a relevância do business coaching em Portugal?
(SA): Neste momento temos já muitas empresas que utilizam o Coaching Empresarial como forma de melhorarem os seus resultados, alinharem as equipas, desenvolverem estratégias de sucesso. Entrou, sem dúvida alguma, na estratégia das em- presas, é já uma necessidade.
(DD): As pessoas felizes geram realmente melhores resultados?
(SA): Sem dúvida! A Felicidade nas Organizações é a grande bandeira da Powercoaching, a menina dos meus olhos. A Revista Exame publicou um artigo sobre a Felicidade, fui entrevistado e a jornalista responsável e que fez um estudo exaustivo sobre o tema em Portugal comentou: “Neste momento deverá ser o maior especialista em Felicidade nas Organizações”. Temos trabalho feito com clientes que aumentaram os resultados em paralelo com a motivação e realização profissional dos seus colaboradores.
(DD): Sabemos que nas suas palestras refere muitas vezes Arouca, de onde é natural. O que continua a significar Arouca para si?
(SA): Arouca para mim é tudo. É a família, os amigos, a natureza, a comida, a Freita, a simpatia das pessoas… no fundo a base que sustenta toda a minha vida profissional e pessoal está cá em Arouca. Acredito que a grande motivação e atitude que coloco em tudo o que faço vêm desta energia tão positiva da nossa terra. Espero que o meu filho tenha oportunidade de viver e crescer em Arouca.
(DD): Pensando nas lógicas que envolvem o Coaching, o que falta aos governantes de arouquenses para afirmarem ainda mais o território de Arouca?
(SA): Sinto que os governantes têm grande orgulho na sua terra, fazem muito do que está ao seu alcance. Acho que Arouca têm ganho grande projeção nos últimos anos, é já uma referência no Geoturismo. O Coaching pode ajudar os políticos tal como a qualquer um de nós, sobretudo na busca do equilíbrio pessoal e profissional, com efeitos muito positivos na comunicação e na auto liderança.
(DD): A que estrutura(as) se encontra ligado em Arouca?
(SA): A partir de 30 de junho (amanhã) serei presidente do Rotary Club de Arouca, celebrando neste mandato vinte anos de existência do clube. É uma enorme responsabilidade liderar uma equipa de pessoas fantásticas, que têm como grande objetivo levar o nome de Arouca a todo o País, promover a cultura e a responsabilidade social na nossa terra, entre outras metas para 2012/13. Acredito que todos aqueles que ajudem a criar riqueza na sua terra, estão também a promover a felicidade e a sustentabilidade. No fundo, em Rotary acreditamos que a melhor forma de nos elevarmos é ajudando a elevar os outros.” font_container=”tag:h6|text_align:justify|color:%23101828″ google_fonts=”font_family:Lato%3A100%2C100italic%2C300%2C300italic%2Cregular%2Citalic%2C700%2C700italic%2C900%2C900italic|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][/vc_column][/vc_row]
